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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Para o Silêncio de uma Biblioteca




A pureza do silêncio
move palavras espectrais
ouve-se o vento e o mar
nas páginas de um livro.

O silêncio lima pedras
faz crescer ostras , cristaliza pérolas
dá asas a peixes e cobras.

O silêncio devora florestas de livros.

Bento Calaça 


Diário de Um Ciclista


< .   .   .

O mar visto da pedra onde estou
transborda pelas manhãs
de peixes e pássaros.

não eram minhas as mensagens
que recebia em garrafas na praia
mas com o tempo foram sendo...
fiz verdades em garrafas de outros.

Eu, que nunca tive um Deus,
com quase meio século
descubro ser o meu Deus
o mar.

Temperamental e traiçoeiro...

às vezes manso como um cordeiro
dissolve-se em sal no azul do céu
enquanto gaivotas, voam penas
feito folhas.


Ateei fogo ao passado
para dormir em travesseiros de cinzas
e da ilha dos sonhos
engolido pelo pôr do sol
nunca mais voltar...


Bento Calaça

Sobre a vida

Viver é uma questão
de línguas e caninos
Porque a vida é doce
mas não é só pudim.


Viver é  uma questão
 de línguas e caninos 
Porque a vida é doce
mas não é  só  pudim.


Calaça

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O VELHO FAROL



< .  .   .

O
que procura esse velho farol desde o dia de sua existência?
Talvez deslizando por essas águas castas de cristais 
encontre uma bela fragata do longínquo mar...

Sobre
o farol o mar quebra sem piedade fragmentos de pedras.
Nesses sargaços a ira do mar, sal e relâmpagos deixam rugas
em sua face de granito.

Mas
seu facho irredutível não vaga
padecendo na imensidão,

A luz
extrema contracorrente navega
com as velas da esperança.

Louvado
seja o velho farol que com
sabedoria sacrossanta, não se importa com a sombra da solidão.
..

Poema Inacabado p / Lêdo Ivo


<.  .  .

Repousa o velho óculos 
e os últimos raios de sol 
visto pelo bardo

Agora são lembranças passadas
feito o sopro do vento 
nas conchas perdidas do mar .

Em uma das gavetas da cômoda 
como um cavalo marinho 
com os olhos esbugalhados 

não sossega um poema  inacabado

Na Onda da Primavera Síria

<....

O destino sentencioso 
Das aldeias em destroços
O sino leproso
Toca nos ossos.
Para sempre selado está 
O Inferno de bombas e fumaça
Síria ao deus-dará
Espírito de luz baça 
Bashar al-Assad.

Há de se confiar 
 Em Kofi-Annan  ou  Alá?

Para O Rei Lua

< . . . 


O maior cantador do sertão

Irei agora homenagear
 É o  famoso rei do baião
Que só nos deu muita alegria
Nasceu em 13 de Dezembro
No dia de Santa Luzia

Na serra ou na cidade
Homem mulher ou menino
Pode ter qualquer idade
Quem foi que nunca dançou
Um Xote Xaxado ou Baião
Num Forró de Gonzagão?

Na nação Nordestina falta tudo
Há fome sede miséria
Mas quando tem festa junina
Pense num povo contente!
Asa Branca é nosso hino
Luiz Gonzaga rei da gente

Transpondo qualquer barreira
Tem essa gente brasileira
O luar do sertão como bandeira
Não esquece nunca no coração
O Nordeste tem seu ídolo
Luiz Gonzaga rei do baião!

Sua musica é nosso legado
Na alma Nordestina marcou
Como quem marca o gado
Somos filhos de Gonzaga.
Poetas : uma salva palmas
Para esse cabra arretado!!

Zé Brasil

Ganha-Pão:
guarda-noturno

pobre-diabo
adeus-dará
boia-fria
pé-rapado
pé-de-galinha
casa-grande
cofre-forte

tique-taque
tique-taque

meia-noite

mão-de-gato
pé-de-cabra
xeque-mate
bala-dun-dun 
á queima-roupa
sem-dó

tique-taque
tique´taque

meio-dia

pé-na-cova 
extrema-unção
mosca-morta
cata-vento
pai-nosso
ave-maria

Pescaria

                      Desde cedo aprendi
                     Nas terras do além mar
                     Ouvi as barbatanas, das
                       danadas das tainhas 
                     Batendo palmas no ar.

                    Chegada  a hora da ação 
                    Os ouvidos bem atentos
                    Não tem mais afobação. 
                    Balanço o corpo nas ondas
                   Nuvens de peixes ao vento.

                   
                    No perfume do orégano 
                    Tomo uns coles na garrafa
                    Xeque mate, dou a lançada!
                    Escuto o baque do cardume
                    Na queda brusca da tarrafada.

O Bardo




.   .   .
.   .
.   . 
Tece costura fia 
ossos consoantes 
em carnes vogais



Calaça