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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Momentos de Bar

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Momentos de Bar
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Fantasmas de bar nas mesas e no balcão

trazem o peso da felicidade gelado nos copos

fumaça do veneno careta ligth plus alcatrão

 figados baços inchados nos corpos.


Quantos sorrisos leves e amarelos nos rostos

embaçados dos palhaços de gravatas sem graça

a música no som das garrafas liquida nas taças

mais tins tins ilusões fumaça plena nos pulmões.


O tac tac dos tacos com giz das bolas nas caçapas

como lesmas nas mesas praticando sua revolução

a nata intelectual etílica beba mente move-se.


Politica futebol literatura filosofia e economia

os últimos versos do amigo querido ontem morto

guardo comigo esses momentos bebidos e o troco.


Calaça

sábado, 5 de novembro de 2011

Servidor Espectro






Pedro , no profundo dos infernos
pisou seixos quentes coloridos
e com os pés doloridos
orou com o verbo Deus
fitou bem nos olhos do chifrudo
e ele vertendo enxofre pelos orifícios, morreu.
Nosso herói segue firme o escolhido
findou com o inferno deu um golpe no poder
criou o setor civil e todos
em servidores públicos.
Hoje ficou pior o troço, o retorno do inferno
é desejo até de Deus...
Porque o inferno depois de público
punir o infiel é um bicho!
Tendo fezes inexiste os vidros, tendo os vidros
inexistem fezes. Tendo fezes e vidros, quem distribui
é espectro muito esperto!

PARABOLE
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Poderosa barganha.  Morde, amordaça, acarinha...
O elixir da vida, tutano do ódio, amazona da língua,
a guardião dos segredos dar  força e mistérios as orações.
Estrela radiosa. O sol dos vivos, o sal dos mares.
O caos dos mortos, iodo dos leprosos, o cal da vida.
Apaixona, aproxima, lambe, lambuza e cospe na cara.
Encara, mente, trai, domina exércitos, ordena carnificinas.
Rosa carmim, jogada no escuro  é lâmina e crava.
Ama, desencanta, emprenha os incautos, canta e faz dormir.

E com vocês: Sua Excelência
 A  P A L A V R A. 


Estela




estrela
passarinha
dos cabelos
de milho
são dois sóis
teus seios
que solaranjam
meus olhos
num intenso
brilho

O Trigo de Cristo Moído Nos Dentes Das Feras



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Naqueles dias, na escuridão
das catacumbas, nas noites
escuras e sombrias de Roma,
tochas humanas
iluminavam as ruas.
Os irmãos em ICHTHUS
se reconheciam
num arco ao contrário.
Tatuavam o peixe
no mar de suas memórias
suportavam á perseguição
do sacrifício da carne aos leões.
Era o povo de Cristo,
perseguidos nas noites das bestas...


Calaça

Hóstia Sagrada dos Andinos



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Parece-me que foi ontem
que fui a La Paz
com meu amigo Hernán Hunanca
mascar folha de coca.
Minha primeira mascada sagrada na fonte
embrenhados na comarca dos Yungas e o Tititaca
entre as coloridas cholas e camponeses cocaleiros.
Parece-me que foi ontem
quando a grande esfera de prata
descia do véu branco das montanhas
em oferenda á pachamama. Meu espirito
vagou pelas plantações das aldeias
em ritual a deusa e mãe das terras andinas.
Parece-me que foi ontem nas margens
do gigante colossal Pedra do Puma
que senti a brisa do sangue Inca e o cheiro
de carne cortada na lâmina da espada espanhola.
E meu espirito ainda jovem de revolução
consternado chorou. Masquei coca contemplando
o gigante silencioso, lago Tititaca...




Calaça
Ao Som de Um Nokia Tunes


duas mariposas
uma valsa irritante
no reflexo
de uma lâmpada anêmica

os únicos movimentos
daquela esquina
duas mariposas
dançando no reflexo
de uma lâmpada triste
15 segundos de violão solo
de Francisco Tárrega
ao som de um Nokia Tunes
duas mariposas se repetiam
15 segundos de violão solo
ao som de um Nokia Tunes...


Bento Calaça


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Hai-Kuase









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das flores
escorre o perfume
do silencio