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segunda-feira, 30 de maio de 2011

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Para um Amigo que Partiu
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Um homem não morre
quando os frutos que deixou na terra
tem o perfume de sua essência.
Em outra dimensão esse aniversário
são passos ao aperfeiçoamento do espírito
sei que o amigo é seta de luz na direção do bem
e o alvo que sempre almejou foi a paz.
Que a cada aniversário teus caminhos sejam mais luz
e que para o encontro dos teus chegues iluminado!

Bento Calaça

terça-feira, 24 de maio de 2011

As Nove Deusas Canônicas

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Calíope,
vem comigo amada musa
pra chuva, a cantar nas noites de fogo.
Traz o menino poeta que fui um dia,
inspira-me tal qual fizeste com Orfeu,
devolve-me para minhas lembranças,
liberta meu espírito leve de criança.
Clio,
que ecoem as trombetas e os clarins
em tua homenagem, ninfa da fama!
Contigo aprendi a burilar meus poemas,
ter domínio dos versos, ouvidos de aprendiz
e da tua clepsidra antiga extrair o tempo.
Leva-me ao sol do som, amante da música!
Érato,
são das tuas flores e doçura o prazer
de escrever versos borrifados de alegria
com a flauta que amolece as pedras do caminho,
de colher do vento as folhas secas com carinho
e letras como flores na maior das fantasias.
Tália,
mil sábios não teriam o valor de um só bobo
que enfeitiçaste com o condão da cômica,
máscara, e borzeguins. És o feitiço do jogo,
porta-voz da comédia, alegria é a tônica.
Que o chá de tua Hera dê à voz, substância.
Melpômene,
grãfunesta do Monte Olimpo. Consagrada
pelo sumo, digo, vinho doce de tua videira.
Apesar da canção de tua tragédia, és amada.
A mantilha que envolve teus pensamentos tensos,
desnuda-me por dentro, e eu sinto que cresço.
Nas tuas aparicões aprendi o valor do silêncio.
Terpsícore,
mãe das sereias, encantas os poetas com ilusões,
divindade da dança, contigo todo vivente rodopia.
Por vezes, tocas, à regência dos ossos no compasso,
a música de uma lira com cadência dos teus passos.
O céu das profundezas do mar, dominas em harmonia.
Urânia,
celestial entidade que embala o globo terrestre.
aos pés do Monte Olimpo, com teu vestido celeste
do mesmo pano de fundo, que descortina o céu.
Acalmas os mares, balanças o sono dos astrólogos
indicas o rumo e navegas as equações matemáticas.
Rogam por tua inspiração, agricultores e astrônomos
Polímnia,
no véu branco e pensativa num pedestal alto
te encontrarei meditando, em História e Filosofia.
Com as velas infladas, singrarei até o raiar do dia
o rio divino dos teus hinos, até a sagrada melodia.
De lá verei tua face no mármore dos capitéis
Euterpe,
sempre que te invoco, ouço de longe tua flauta doce.
Quando as palavras em chamas acendem pelo roçar
de tuas asas em meus pêlos, cresce meu caralho.
No vinho do erotismo, a poesia entra por um atalho
e os primeiros poemas mal ditos gemem em orações.

O Velho Casarão




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À sombra fresca de suas árvores
o velho casarão resiste firme
a mais uma primavera
Nem o moderno da nova era
apaga-lhe o brilho de seu passado.
Um coral de mil querubins seria pouco
para cantar para esse  templo, um feliz
e esplendoroso centenário.
O velho e verde ateneu Satubense 

 inspira-se em suas palmeiras;
enverga mais não quebra, aos ventos da modernidade.
E ao contrário dos cata-ventos de Quixote, aqui a semeadura
é de gente.
aqui fomentam e fermentam as primeiras sementes
dos frutos maduros da boa formação.
Que nesse centenário repiquem os sinos!!!
Não os sinos lentos e enferrujados da burocracia,
não os sinos funestos da morte,
mas, que hoje repiquem os sinos transbordantes da alegria
que aqui esteja sempre conosco, o brado da democracia!


Diana Nas Alturas

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quando nascem
nem se alimentam sozinhos
os filhotes ...
depois de muitas noites
mal dormidas
um dia quase que por encanto
não reconhecemos mais
nossos rebentos.
Hosana nas alturas!!
mil vezes mil, cubra
esse manto dos Lavaredas
de sucesso.
Diana nas alturas sempre voará
com as asas da humildade
para curar os mais humildes
além dos céus de suas bocas
e assim como foi sempre será
com os outros Mendes de D. Morais!

INESGOTÁVEL

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Medida nenhuma teria condições

de medir, pesar, ou avaliar, o amor

de uma mãe por seu filho...

filho algum tem a noção do tesouro

que traz consigo, enquanto sua mãe

ainda viva estiver.

se pudéssemos despejar, derramar

esse amor no espaço de um oceano

infinito, mesmo assim, ainda não caberia.

Mas a essência desse amor é perfume
para sempre num coração de um filho.

para que suas garrafas não encalhem na areia

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Um poeta
tem mistérios que as mãos
não tocam
sentem sem os sentidos
os sons das letras num sopro.
São raízes que se ligam
por alguns
outros passam ignóbeis
ignorando a mensagem...
um poeta precisa
para que suas garrafas
não encalhem na areia
dos que orem em poesia
com a mesma fé
dos tombos que o vento
dá nas arvores, rachando
verbos e sementes
para que assim também alcance
momentos de poesia e êxtase
os que nela mais futucam.

Entre a Cruz e a Espada


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As paixões são os ventos que enfunam as velas dos barcos,
elas fazem-nos naufragar, por vezes, mas sem elas,
eles não poderiam singrar.
-- Voltaire,

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Nas
noites de fogueira e vinho nas praias
fumaça sem rumo ou folhas descendo o rio
penas ao vento... ágil leve silenciosa como leque
a flâmula das caravelas espanholas anunciando a morte.
Nos
últimos dias nas ruelas da aldeia
nem todos os nativos estavam mortos
de espada nas mãos com a ira do ódio
marchávamos sobre os corpos com ambição.
Os
corpos violados das mulheres e crianças
chocam-se decapitados. Em nosso peito cristão
balançava um crucifixo de um Cristo envergonhado...
Outras
ilhas sucumbiram a esquadra cega pela rapinagem
segue o prumo, quantos mares de sangue, paixão
e lágrimas, ainda teremos que singrar sem piedade?

Hai Kuase

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a lua
é um sol
mascarado

Hai Kuase

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exala segredos
de beija flor
a rosa

Hai Kuase



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pescando sons e silencio
vende seu peixe
o maestro

Ninfeta



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a nada se assemelha
no universo
da mais linda carne vermelha
nas noites de esconder lua
fechada como uma pedra
sangra pela vez primeira
agora pronta para o cio
o bicho homem a de come-la

Hai Kuase

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solitário
dedilha seu violão
o rouxinol

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