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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Cantei Felicidade e Feliz Sou Brinquedo





Felicidade 
reside e desfila
diante dos meus olhos
nas lagoas salobras
dos sururus de capotes

nas aguas salgadas
do sol Multicolorido
sobre as nuvens doce
 das canas de açúcar                  
 e fina maresia
do mar de Maceió.

É das rendas de bilros
filé, redendê , labirinto
e ponto-de-cruz
a luz que veste felicidade
para as noites de magias
e bebedeira do pontal.

Felicidade mora aqui
 pertinho de mim
comecei com um - olá, como vai?
hoje já não vou a padaria sem ela...


Bento Calaça

sábado, 18 de dezembro de 2010

ainda que os olhos finjam não vê mágica



ainda que os olhos finjam
não ver mágica

as cores são unica para nós
com suas tonalidades
cada um vê seu verde de mar
ou azul quem sabe...
eu fico imaginado o arco-íris
que o outro vê...
tem seu DNA cada olhar
cada qual na sua
vida coloral
a fresta por onde olhamos
nunca será a real.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Inesgotável


inesgotável


Medida nenhuma teria condições

de medir, pesar, ou avaliar, o amor

de uma mãe por seu filho...

filho algum tem a noção do tesouro

que traz consigo, enquanto sua mãe

ainda viva estiver.

se pudéssemos despejar, derramar

esse amor no espaço de um oceano

infinito, mesmo assim, ainda não caberia.

Mas a essência desse amor é perfume
para sempre num coração de um filho.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Os Estatutos do Homem - Thiago de Mello



Artigo I

Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.