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domingo, 28 de junho de 2009

Insana

escuto sinos
de uma fabrica fantasma
de tecidos para as vestes de freiras virgens
sinos
molhados sons roucos
gregorianos temperando as gargantas
enquanto isso ao longe
mergulha parte de si a lua nova
no rio de nevoa densa e caudalosa

o rio que perdeu a força
assiste peixes fingindo ser muitos
no frio do pátio da igreja
ringe o piso cravado pelos saltos dos seus sapatos
proibida de entrar na nave depois de ter beijado
o padre na boca com o batom ameixa vencido
a louca, cumpre sua sina
o pecado é rupestre antigo
esse povo que não acorda a inocência nem na neblina
não vê a beleza leitosa e insana dessa cidade...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

sábado, 13 de junho de 2009

Aurora Insone

... você é a Aurora
que não dorme, por isso
é mais fácil chegar em você
não tem mais aquele lenga lenga
de acordar a Aurora, saculejar pra lá e pra cá
beijar aquele bafo de amoníaco há anos dormido e tal...
em sua trajetória nem malévola nem dragão.
Não Aurora! você já vai estar sempre acordada, linda e maravilhosa
cheirando a flores do campo silvestre e selvagens.

O Infante, não vai ter trabalho nenhum, é chegar beijar e partir
a galope num ruminante além da felicidade do sem fim !

quarta-feira, 10 de junho de 2009

O OVO DO MUNDO

a gema do sol
rompe a casca
deita se macia
nas águas do rio

as nuvens
alaranjaram se
e raios de luz
abrem os caminhos

a grande casca
branca
rompida ao meio
são portais
da beleza
do inferno na terra

o belo
era tão belo
que virou pesadelo

domingo, 7 de junho de 2009

Enquanto Dorme Esparta

A cidade longe ao relento
depois de vitórias e orgias
nem sonha que sua rainha
dormia com um pássaro branco

tarde pálida no rosto rubro
dos últimos raios de sol em Leda
que deita com um cisne em penas
num sol que a funda na tarde meloso
o arensar exitar a ninfa, num gozo melodioso...

Á noite passa criança
Zeus se desencanta
Leda seduzida guarda
no ventre dois ovos de um Deus.

sexta-feira, 5 de junho de 2009